28 de fevereiro de 2013

Plano de vida


Sua missão é: Estar tão ocupado amando a sua vida que não

 terá tempo para encher o saco de ninguém, nem espalhar o 

ódio, nem ter medo de nada...

27 de fevereiro de 2013

Não é Amor



A gente tem mania de maldizer o amor sem sequer conhecê-lo.

Flerte que não dá certo, paixão que frustra, fogo de palha. E quem paga o pato? O amor. O pobre do amor, que nem entrou na história.
Façamo-nos um favor: deixemos que o amor apareça quando bem entender. Aproveitemos o flerte, a paixão, o fogo de palha.
O amor é seletivo. A maioria de nós, não.



Se dói, é unha encravada, ego ferido, cólica ou gastrite.
Releve. O amor é leve...

26 de fevereiro de 2013

Car Pi Nejar


Mais amor...




"Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.

Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência.

Amor, só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações.

Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar.

Amar, só, é pouco. Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos,dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem visando a longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, “solamente”, não basta.

Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!"

(Martha Medeiros - Trem-bala)

“Os tristes acham que o vento geme; os alegres acham que ele canta.”
— Luís Fernando Veríssimo

Vê se me esquece



"(...)Já que você não merece 
Devolva minhas preces 
Meu canto, meu amor 
Meu tempo, por favor 
E minha alegria que 
Naquele dia 
Só te emprestei por uns dias 
E a tudo que me pertence...

Ps: já que você foi embora por que não desaparece?"

[Itamar Assunção]

Machado de Assis



“O tempo é um tecido invisível em que se pode bondar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro.”

[ Machado de Assis]

Labirintos



“Até que um dia, por astúcia ou acaso, depois de quase todos os enganos, ela descobriu a porta do labirinto (…) Nada de ir tateando os muros como um cego. Nada de muros. Seus passos tinham - enfim! - a liberdade de traçar seus próprios labirintos.”
— Mario Quintana

Ahhh... Os Livros


Nasce o Amor



Vai tocar Chico e vocês jantarão à luz de velas. Quando se der conta, estarão trocando sms romântico numa segunda-feira à tarde, durante o expediente.
Ele escreverá “ancioso” e você ignorará o erro de grafia, afinal, o abraço dele é melhor que a gramática, e gramática n resolve muita coisa nessa hora.
Antes que possam prever, apresentarão amigos e talvez formem uma turma única. Talvez não...
Você ouvirá Roxette, Marron 5, Florence, Damien Rice, Zeca Baleiro e É O Tchan pensando nele. 
Ele acessará o PornTube pensando em... Outra, mas homem é assim mesmo. (É?)
Ele terá ciúme da sua minissaia, do seu melhor amigo, da sua série preferida,  do Facebook e do seu Ex. Você terá ciúme até da sombra dele, mas tentará disfarçar cantando kuduro mentalmente.
Vocês brigarão algumas vezes por bobagens que não valem um parágrafo. A reconciliação será tórrida e valerá cada cara emburrada.
Acostume-se. Nunca será um mar de rosas. Mar é feito d’água salgada, minha filha.
(E desde quando uma flor é mais bonita que a vista da praia?)

23 de fevereiro de 2013

NÃO SE ENVOLVA COM AMIGO





Minha filha, não se envolva com amigo.


Mais difícil do que iniciar o romance é terminá-lo.



Não há como encerrar sem trauma, sem ressentimento, sem a crueldade da palavra exata.



Ficará com medo de perder a amizade, e perderá. Não terá coragem de ser sincera como antes, e queimará o céu da boca.



O desejo é uma embriaguez violentada pela ressaca. O desejo é uma miragem alcóolica do corpo. Acordamos da bebedeira das palavras ainda mais carentes.



Não se envolva com amigo. O antigo confidente terminará sendo seu segredo (e agora, para quem contar?).



Acabará o amor, mas não a amizade.



Ele não dará nenhum motivo para o fim da relação. Não vai traí-la. Não vai provocar ciúme. Não vai cometer indelicadezas e grosserias.



O homem certo é o errado. O homem ideal é imprestável.



Ele não ajudará na despedida, fugirá das discussões de relacionamento. Conhece o suficiente para agradá-la todo momento com cafunés e presentes.



O amigo é insuportavelmente bom. Terrivelmente bom. Sua mãe recomenda. Seu pai recomenda. Seus amigos recomendam. A unanimidade não nos permite escolher.



Não se envolva com amigo.



Se enfrentou indecisão para beijá-lo no início, o verdadeiro dilema é parar de beijá-lo. Como chegar e falar:



— A brincadeira acabou, vamos retornar ao que era antes?



Não há como regressar, a amizade não é líquida como o amor. Não é gelo que volta a ser água que volta a ser chuva que volta a ser rio.



Sempre o amigo se apaixona por você, e você não se apaixona por ele. É a lei natural da desigualdade.



Amigo não gera nem raiva, mas pena. Não exala a sensualidade da teimosia, o suor maravilhoso da discordância.



Envolver-se com amigo é a maior solidão: quando a solidão vira desterro.



Bancará a ruptura sozinha. Ele não facilitará o testamento. Será a ogra, a monstra, a interesseira.



Ele dirá:



— Mas nada aconteceu, por quê? O que eu fiz?



Nada aconteceu, ele não fez nada, o fim é exatamente a monotonia do bem.



Um amigo, minha filha, tem menos chances de surpreender. E desconcertar.



Tem menos possibilidade de incomodar, de ser inesquecível e desafiar a compreensão.



O amigo é a segurança, o conforto, o pique, a trégua do pega-pega.



O amigo é a previsibilidade da justiça.

E o amor, minha filha, é injusto.


[CaRpInEjaR]

Hoje Mesmo



(...) Se um gênio perguntasse quais seriam os meus três desejos, o primeiro: 
pediria ao tempo voltar pra trás, pra te ver aos dezesseis anos...
Não há idéia que alcance ou seja parecida com a imagem da menina esguia, a bolsa a tiracolo e as pedras só pesando
Pois ela nunca irá jogá-las!
O seguinte, segundo desejo, emoldurar no céu o seu sorriso que eu pensei que nunca mais pudesse reencontrar
O filho é que cria a mãe
E o último, complexo, honesto e genuíno, amar sem precisar da dor, querer também sem magoar
Tocar seu corpo, Hoje mesmo.

[Hoje Mesmo - Nando Reis]

Vinicius de Moraes



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

[Vinicius de Moraes]

A arrogância segundo os medíocres





“Adorei o seu sapato”, disse uma amiga para mim certa vez.
“Legal, né? Eu comprei em uma feira de artesanato na Colômbia, achei super legal também”, eu respondi, de fato empolgada porque eu também adorava o sapato. Foi o suficiente para causar reticências  quase visíveis nela e no namorado e, se não fosse chato demais, eles teriam dado uma risadinha e rolariam os olhos um para o outro, como quem diz “que metida”. Mas para meia-entendedora que sou, o “ah…” que ela respondeu bastou.
Incrível é que posso afirmar com toda convicção que, se tivesse comprado aquele sapato em um camelô da 25 de março, eu responderia com a mesma empolgação “Legal, né? Achei lá na 25!”. Só que aí sim eu teria uma reação positiva, porque comprar na 25 “pode”.
Experiências como essa fazem com que eu mantenha minhas viagens em 13 países, minha fluência em francês e meus conhecimentos sobre temas do meu interesse (linguística, mitologia, gastronomia etc) praticamente para mim mesma e, em doses homeopáticas, comente entre meu restrito círculo familiar e de amigos (aquele que a gente conta nos dedos das mãos).
Essa censura intelectual me deixa irritada. Isso porque a mediocridade faz com que muitos torçam o nariz para tudo aquilo que não conhecem, mas que socialmente é considerado algo de um nível de cultura e poder aquisitivo superior. E assim você vira um arrogante. Te repudiam pelo simples fato de você mencionar algo que tem uma tarja invisível de “coisa de gente fresca”.
Não importa que ele pague R$ 30 mil em um carro zero, enquanto você dirige um carro de mais 15 anos e viaja durante um mês a cada dois anos para o exterior gastando R$ 5 mil (dinheiro que você, que não quer um carro zero, juntou com o seu trabalho enquanto ele pagava parcelas de mil reais ao mês). Não importa que você conheça uma palavra em outra língua que expressa muito melhor o que você quer falar. Você não pode mencioná-la de jeito nenhum! Mas ele escreve errado o português, troca “c” por “ç”, “s” por “z” e tudo bem.
Não pode falar que não gosta de novela ou de Big Brother, senão você é chato. Não pode fazer referência a livro nenhum, ou falar que foi em um concerto de música clássica, ou você é esnobe. Não ouso sequer mencionar meus amigos estrangeiros, correndo o risco de apedrejamento.
Pagar R$200 em uma aula de francês não pode. Mas pagar mais em uma academia, sem problemas. Se eu como aspargos e queijo brie, sou “chique”. Mas se gasto os mesmos R$ 20 (que compra os dois ingredientes citados) em um lanche do Mc Donald’s, aí tudo bem. Se desembolso R$100 em uma roupa ou acessório que gosto muito, sou uma riquinha consumista. Mas gastar R$100 no salão de cabeleireiro do bairro pra ter alguém refazendo sua chapinha é considerado normal. Gastar de R$30 a R$50 em vinho (seco, ainda por cima) é um absurdo. Mas R$80 em um abadá, ou em cerveja ruim na balada, ou em uma festa open bar… Tranquilo!
Meu ponto é que as pessoas que mais exercem essa censura intelectual têm acesso às mesmas coisas que eu, mas escolhem outro estilo de vida. Que pode ser até mais caro do que o meu, mas que não tem a pecha de coisa de gente arrogante.
O dicionário Aulete define a palavra “arrogância” da seguinte forma:
1. Ação ou resultado de atribui a si mesmo prerrogativa(s), direito(s), qualidade(s) etc.
2. Qualidade de arrogante, de quem se pretende superior ou melhor e o manifesta em atitudes de desprezo aos outros, de empáfia, de insolência etc.
3. Atitude, comportamento prepotente de quem se considera superior em relação aos outros; INSOLÊNCIA: “…e atirou-lhe com arrogância o troco sobre o balcão.” (José de Alencar, A viuvinha))
4. Ação desrespeitosa, que revela empáfia, insolência, desrespeito: Suas arrogâncias ultrapassam todo limite.
Pois bem. Ser arrogante é, então, atribuir-se qualidades que fazem com que você se ache superior aos outros. Mas a grande questão é que em nenhum momento coloco que meus interesses por línguas estrangeiras, viagens, design, gastronomia e cultura alternativa são mais relevantes do que outros. Ou pior: que me fazem alguém melhor que os outros. São os outros que se colocam abaixo de mim por não ter os mesmos interesses, taxar esses interesses de “coisa de grã-fino” (sim, ainda usam esse termo) e achar que vivem em um universo dos “pobres legais”, ainda que tenham o mesmo salário que eu. E o pior é que vivem, mesmo: no universo da pobreza de espírito.

19 de fevereiro de 2013

Vanessa Leonardi



"E tem aquela esperançazinha que vai e volta... 

E só por isso eu já me sinto feliz."


(Vanessa Leonardi)

Clarice




"Porque o que presta também não presta. Além do mais, o que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto do modo carinhoso do inacabado, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão."

[Clarice Lispector]


Vamos viver tudo q há pra viver...



"Eu gosto de viver. Já me senti ferozmente, desesperadamente, agudamente infeliz, dilacerada pelo sofrimento, mas através de tudo ainda sei, com absoluta certeza, que estar viva é sensacional."

(Agatha Christie)

Tudo muda o tempo todo no mundo



"...tento fugir para longe e a cada noite, como uma criança temendo pecados, punições de anjos vingadores com espadas flamejantes, prometo a mim mesmo nunca mais ouvir, nunca mais ter a ti tão mentirosamente próximo, e escapo brusco para que percebas que mal suporto a tua presença, veneno veneno ..."

[Caio Fernando Abreu]


Um dia as coisas ficam pela estrada: roupas, camas, beijos, amassos.
O lugar-comum.
A estrada foi aumentando-se com o passar do tempo e aquelas coisas que pareciam infinitas tornaram-se ocultas.
Fraqueza.
Os chinelos esquecidos em lugares mais exclusos.
A dor, a intensidade e o fogo.
A boca suja de sangue nem encobre o batom cor de vinho.
E de nenhum outro jeito.
Não há mais indícios.
Sem vozes alheias nem julgamentos externos.O que restou foi um ar quieto e áspero; um nó na garganta e o beijo de outros tempos...



14 de fevereiro de 2013

Pessoas...




é engraçado como as pessoas vão desaparecendo, eu quero dizer, elas estão no mesmo lugar de sempre, elas estão fisicamente no mesmo ponto, mas alguma coisa lá dentro diz que a pessoa evaporou, é como um personagem marcante de livro. o livro termina, mas aquela pessoa continua presa ali, eternamente imóvel no mesmo ponto final. e viva.

“Amanhã será tomorrow”



Há momentos na vida da gente, que a gente se pergunta por que é que as coisas são assim. 
São nesses momentos, que paramos para refletir sobre o real sentido das coisas… descobrindo assim as certezas e as INcertezas da vida que a gente vem carregando desde de sempre. O interessante disso tudo, é que não é apenas questão de rever os princípios  mas é questão de rever a si mesmo, em quem você se tornou em como você interage com as pessoas, se perguntar por que as coisas são assim não adianta em nada se você não demonstra pra você mesmo o seu brilho, a sua força, a sua garra, o seu carisma, o seu alto astral, o seu vigor, sua juventude. Não basta apenas mostrar pra você mesmo, você deve agarrar isso com tudo, e provar pra todo mundo do que você é capaz e COMO você se dispõe a encarar seu medos e seus tropeços de cabeça erguida, de peito aberto, sem medo, sem preceitos, sem esquecer de quem você realmente é de que como você realmente gostaria de ser. É com esse pensamento que você abre as portas de você mesmo para que o seu verdadeiro EU mostre a todos quem está por dentro e abrindo essa porta, também, é que você consegue trazer pra dentro, interagir com o exterior, absorver as coisas. Nessas horas, temos que ficar atentos e criar um filtro para drenar tudo de ruim e absorvermos somente o bom, o agradável  o doce. Se você consegue acordar todos os dias, com o brilho nos olhos, disposto a enfrentar seus medos, e dar um tapa nos inimigos, você consegue obter de você mesmo e dos outros tudo aquilo que você sonha, tudo aquilo que você quer. É a capacidade de nos apaixonarmos todos os dias é que nos faz criar asas e alçar vôo rumo a lugares mais distantes, mais bonitos. O fogo inocente dos olhos de uma criança, o brilho curioso, é o que devemos ter para conseguirmos sonhar, viver, sorrir e crescer. 
E para finalizar, uma citação, essa é para todos vocês então decore:
“Amanhã será tomorrow” - Falcão

Pedro Bial. 

Nelson Mandela



"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta.
Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?" Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?...Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.
E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo".

[Nelson Mandela - Discurso de posse, em 1994]

7 de fevereiro de 2013

Primeiro beijo



Beija-se pelo primeiro beijo, mas o primeiro beijo não existe. Não há como dizer como foi o primeiro beijo se o beijo não se contenta em acabar. O primeiro beijo é tão-somente a fome do segundo, o desejo da seqüência. Já se está no terceiro beijo enquanto se pensa no primeiro. Já se está no quarto beijo, no quinto beijo e o primeiro beijo não terminou. Já se está no sexto beijo, no sétimo beijo, e o primeiro beijo nem começou. O beijo é sempre o primeiro beijo, mesmo que seja o último. O primeiro beijo não é pedido. O primeiro beijo é roubar um beijo roubado, beijar o roubo do beijo. O primeiro beijo não é o beijo de delação, é o beijo dos cuidados, o beijo em que a própria boca enfim redime seu gosto de infância. O primeiro beijo é o gomo de um rio, o gomo verde de um rio. O primeiro beijo tem uma raiva suave, é um desaforo de ternura. Quando o grito pede para sair e fica. O primeiro beijo é alisar a fruta na lã, dar uma volta na quadra da semente e não arrancar o sumo. O primeiro beijo demora para sarar, depende de outros beijos. O primeiro beijo tem o mesmo sangue que corre nos olhos. O primeiro beijo é indeciso, sopra e não sela. Abre cartas e não fecha. Só respiração, sem dentes. O primeiro beijo não morde, não raspa, não modifica a madeira, pousa como esponja, repousa de pé. O primeiro beijo anda para trás para retomar o livro. O primeiro beijo perde a contagem de beijos. O primeiro beijo é ganhar uma voz sem perder a que havia. O primeiro beijo muda de timbre a lembrança, é o marcador de página dos beijos. O primeiro beijo é uma distração das mãos. 
Enquanto se beija não se percebe que se beija, é como estender o braço com a língua. O primeiro beijo escapou e ninguém viu, voltou e ninguém notou. É passear fora do corpo e estranhar as pernas. O primeiro beijo é mais íntimo do que qualquer nudez. O primeiro beijo é a nudez perdoada. O primeiro beijo é segurar o pescoço como uma janela. O primeiro beijo é o rosto que se beija dentro dos lábios. O primeiro beijo é dormir entre os dedos. O primeiro beijo vai beijando a memória enquanto se esquece. O primeiro beijo é nunca mais se distanciar do primeiro beijo. O primeiro beijo é uma despedida que não se acredita. Um início que se duvida. Depois do primeiro beijo, todo o beijo será o primeiro.

Carpinejar

Vamos amar


...Vejo tanta gente promovendo o desapego quando na verdade todo mundo só quer um amor quentinho

Bertold Brecht




Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.


[Bertold Brecht]

Eu acredito...


Eu não me envergonho de um Deus
Que me sustenta e me mantém
Sabendo quem eu sou e quem eu falho em ser
Declarado justo pelo Seu poder
Escolho crer, Senhor e Rei, escolho crer...



[leonardo gonçalves]
Cada escolha que fazemos, decepcionamos alguém… Só temos que ter cuidado para não decepcionar as pessoas erradas...

Drummond




"Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com 

leves fricções de esperança. De alma escovada e coração 

estouvado, saia do quintal de si mesmo e 

descubra o próprio jardim."

(Drummond)

FICA :(



Eu queria tanto que você não fugisse de mim mas se fosse eu, eu fugia 

[Clarice Falcão]

Sê!



Deixa o coração ter a mania de insistir em ser feliz. 

Pra quê tanto medo ? 



[Marisa Monte]