19 de fevereiro de 2013

Tudo muda o tempo todo no mundo



"...tento fugir para longe e a cada noite, como uma criança temendo pecados, punições de anjos vingadores com espadas flamejantes, prometo a mim mesmo nunca mais ouvir, nunca mais ter a ti tão mentirosamente próximo, e escapo brusco para que percebas que mal suporto a tua presença, veneno veneno ..."

[Caio Fernando Abreu]


Um dia as coisas ficam pela estrada: roupas, camas, beijos, amassos.
O lugar-comum.
A estrada foi aumentando-se com o passar do tempo e aquelas coisas que pareciam infinitas tornaram-se ocultas.
Fraqueza.
Os chinelos esquecidos em lugares mais exclusos.
A dor, a intensidade e o fogo.
A boca suja de sangue nem encobre o batom cor de vinho.
E de nenhum outro jeito.
Não há mais indícios.
Sem vozes alheias nem julgamentos externos.O que restou foi um ar quieto e áspero; um nó na garganta e o beijo de outros tempos...



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