De amor ou de amizadeDe mãe, de pai, de irmãoPodem ser longas ou curtasNão importa a quantidade de caracteresNem se as frases estão em ordem diretaPodem ser cheias de vírgulas e reticênciasPrefiro, em vez de pontos finaisMas se for muito necessário, melhor usá-losNão abuse de apostos explicativosEm excesso, eles confundemE eu digo cartasMas também podem ser recadinhosDesses que se deixa no ímã de geladeiraNo bolso da mochilaEmbaixo do travesseiroOu no espelho do banheiroCom um "boa dia" escrito com pressaE um "volto para o almoço" escrito com vontadeA letra não precisa ser arredondadaA da minha primeira professora de português não eraPode ser meio deitada, assim, meio jogadaMas isso também não é o mais importanteAcho bonito se for escrito à mãoIndica que nada foi premeditadoCombina mais com imprevisibilidadeE com um pensamentoQue vem sem ser chamado,Só porque o sentimento existe mesmoO papel pode ser o que estiver mais próximoSe a pressa for tamanhaPode escrever no bloquinhoQue fica ao lado do telefoneMas também pode serNuma folha amarelada pelo tempoE não precisa encher de carinhas e desenhosPrefiro que enfeites com palavras e lucidezE não te esqueças de assinarNão é necessário colocar sobrenomeQue fica muito impessoalNão é o sobrenome que fazUma pessoa ser única mesmoE se não quiseres usar o primeiro nomeAquele de registro, burocrático,Jamais vou te julgar por issoUsa o apelido, que é tão teuE tão meu.
Via: Usina
1 comentários:
Amo escrever cartas. Ainda hoje tento arranjar vítimas para as quais possa escrever... E como vê, gosto também de reticências. Acho que as uso em exagero.
Esse texto é tão lindo, Thiago. Sensível. Adorei.
Beijos.
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