8 de janeiro de 2011

QUALQUER MANEIRA DE AMOR



Há quem ame com ingenuidade, enchendo os dias de sonhos românticos e colocando todas as fichas de felicidade nas mãos da outra pessoa.
Há quem ame com dedicação, entregando-se como quem se joga em um abismo de olhos fechados, colocando-se inteiro para o outro, cuidando da relação como se nada mais houvesse a ser feito na vida.
Há quem ame com medo, procurando, inutilmente, manter-se a salvo do sofrimento, agarrando-se ao mínimo lampejo de segurança pessoal, tentando salvar-se dos respingos coloridos e doloridos do amor.
Há quem ame com delicadeza, esperando os tempos do outro, mantendo-se como presença suave e constante, mantendo-se calmo e contemplativo.
Há quem ame com inteligência, juntando dados, planejando coisas, traçando metas e caminhos, avaliando, fazendo contas e investindo na conversa e no acerto racional entre as partes.
Há quem ame com ciúme, querendo todos os olhares e atenção da pessoa amada para si mesmo, inseguro, com medo da perda.
Há quem ame com melancolia, escolhendo e fazendo histórias sofridas de abandono, dor e choro, fazendo do amor com a dor a rima mais sonora e mais difícil de todas as rimas possíveis.
Há quem ame com ilusão, preferindo ficar distante, não submetendo o amor ao delicioso e complicado teste de realidade que valide ou invalide o sentimento.
Há quem ame com ousadia, quebrando padrões, rejeitando regras, desprezando qualquer tipo de controle ou submissão que impeça o amor de acontecer e manifestar-se de sua maneira mais completa.
Há quem ame com loucura, perdendo a razão, consumindo seu tempo e sua energia tentando realizar a obsessão forte e incontrolável de ter o ser amado todo e sempre para si, não importa como.
Há quem ame com desejo, querendo estar dentro da outra pessoa, colado a ela, ansiando e conhecendo na própria carne todo o prazer que o amor pode oferecer.
Há quem ame com violência, agredindo, machucando, diminuindo, ferindo, magoando, tentando acostumar o outro a dependências e dores que o mantenham por perto.
Há quem ame com alegria, curtindo a presença, dividindo, conversando, divertindo, entretendo, apostando no lado mais amigo e companheiro do amor.
Há quem ame com esperança, fazendo planos para o futuro, esperando sempre o melhor, acreditando mesmo quando tudo parece complicado.
Há quem ame com saudade, preso ao passado, tentando agarrar-se a quem já foi.
Impossível dizer qual tipo de amor é mais pleno. Impossível escolher de que jeito é melhor amar. Impossível acreditar que se vá amar alguém de uma só maneira. Impossível achar que amamos pessoas diferentes da mesma forma.
O amor é prêmio para poucos. Porque, seja de que jeito for… Só é possível amar com coragem.
“Qualquer maneira de amor vale a pena,
Qualquer maneira de amor vale amar.”

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