“Foi desperdício morrer na semana passada. Eu poderia ter esperado um pouquinho mais. Só um pouquinho. Eu poderia ter esperado o filme que você queria assistir estrear pra ir com você, mas não esperei. Fui ansioso. Eu sei, você sabe e nós dois sempre soubemos que eu nunca tive um ML de glicose sequer a mais que os caras que vieram antes de mim. Eu sempre fui mais amargo e fechado e nunca gostei da tua seleção musical. Mas eu gostava de ouvir a playlist do teu mp3 só porque talvez “puxasse” você pros meus sonhos. Eu sempre odiei acordar cedo pra correr, mas o som da tua respiração ofegante correndo ao meu lado era a melhor coisa pra mim. Eu posso ter sido realmente um pouco precipitado, mas talvez a minha morte tenha vido em hora certa pra nós. Eu sei que vai doer. E vai doer pra caramba, muito mesmo. E daqui a sei-lá-quantos-anos quando você se lembrar de mim de novo, vai doer ainda mais. Mas por enquanto eu quero que você saiba que durante todos esses sei-lá-quantos-anos, você não vai me ter mais. Nem por um segundo sequer. Nem em sonho. Eu não sou mais seu. Não sou mais de ninguém, como você disse que queria que fosse. A partir do momento em que você não pode mais me ter, ninguém mais pode. A partir de agora eu sou tudo o que você sente, nada a mais nem nada a menos. Agora eu sou o impulso que você vai sentir pra seguir em frente toda vez que tiver oportunidade de ser feliz.”
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