3 de outubro de 2011


De repente eu fui um cego que via através do tato e sentia o que ninguémjamais sentiu.
De repente eu era um ogro, isolado no meio do seu castelo-abandonado-de-conto-de-fada.
De repente eu fui só um mafagafo do imaginário infantil, que só servia como trava-línguas pra frustrar dislexos e afins.
De repente eu fui uma puta suja, de pernas abertas, cigarro nas mãos, garrafas no chão.
De repente eu fui uma estudante frustrada, comemorando seus fracassos acadêmicos dia após dia.
De repente eu fui um boêmio dos anos 70, embriagando-me ao som de Nelson Gonçalves.
De repente eu morria, chorava, sorria, trepava, de repente eu vivia.
De repente eu passava no espelho e via que era nada mais que eu, que de repente era só um nada!
De repente o despertador começou a berrar e mais uma segunda feira se iniciava!

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