Essa crônica foi escrita por Rubem Alves, teólogo, psicanalista e escritor, a respeito do casamento ser um jogo de tênis ou um jogo de fescobol e assim ele compara:
“O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola”.
Joga-se tênis para fazer o outro errar!
O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo.
O jogo de tênis termina sempre com alegria de um e a tristeza de outro".
Sobre o casamento ser um jogo de frescobol, Rubem assim o define:
“O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o possível para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la”.
Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado!!!
No frescobol ou os dois ganham ou ninguém ganha e ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguém erre. O que errou pede desculpas e o que provocou o erro se sente culpado.
Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos....."
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